Ir além de transmitir o conhecimento é imaginar como colocá-lo em prática.
- Lisiê Nolasco
- 27 de jan. de 2024
- 3 min de leitura

Gestão, futuro, provas, profissões e protagonismo. Esses foram os temas abordados nos últimos artigos publicados pelo Colégio Guroo aqui no ND.
No artigo de hoje, que fecha a série de 2016, a diretora de Marketing Lisiê Nolasco mostra como a interdisciplinaridade possibilita um aprender mais crítico e reflexivo e apresenta diferentes propostas pedagógicas que visam conectar o conteúdo da sala de aula com a vida, o que inspira o aluno a aplicar o conhecimento no seu cotidiano.
Foi lido uma vez que conhecimento é informação acumulada, enquanto a sabedoria é conhecimento aplicado e compartilhado. Esse raciocínio, aparentemente simples, contribuiu para iniciarmos mais uma reflexão dentro da nossa escola. Desta vez, nos voltamos sobre a relevância dos conteúdos transmitidos e do quanto eles fazem sentido para o aluno e para sua atuação social. A partir daí, focamos ainda mais no desafio que vai ao encontro de uma das nossas premissas: educar é mais que transmitir conteúdos.
A informação nunca esteve tão acessível a todos. A evolução dos meios de comunicação e a internet mudaram a maneira como consumimos, compartilhamos e produzimos conteúdos. O conhecimento extrapolou os limites da sala de aula e multiplicou-se exponencialmente pela rede. Tal movimento acendeu uma lâmpada amarela e despertou-nos para a importância de refletirmos sobre a relevância do volume de informação que consumimos.
O que é ensinado na escola não tem somente o objetivo final de “acertar na prova” ou “passar de ano”. Por mais que seja comum subjugar o conteúdo programático imposto pelo currículo nacional, a partir dele é possível construir uma rede de conhecimento que possui um incrível potencial para se tornar sabedoria; e para isso a escola precisa ser a facilitadora e adotar uma didática diferenciada, que utilize o próprio meio ambiente e também a tecnologia para conectar o conhecimento teórico à vida real.
Podemos sim transmitir conteúdos tradicionais, mas não de forma que sejam decorados. Ao abordá-los com uma perspectiva prática e interessante, conseguiremos que o aluno não só assimile com mais facilidade, mas inspire-se para aplicar o conhecimento no seu cotidiano. Um bom exemplo disso é o da disciplina de ciências. Nela aprendemos uma série de conceitos sobre preservação da natureza, mas quantas vezes os utilizamos fora da sala de aula?
Outra importante questão que essa reflexão trouxe à tona foi a interação entre as diferentes disciplinas e séries. Conectar matérias distintas a um conteúdo facilita não só a abordagem prática, como também favorece a consciência de que tudo está interligado. Quando o aluno entende que matemática pode ter relação com história, o horizonte de seus próprios interesses expande-se e fica mais fácil para ele combinar e conectar diferentes informações que agreguem verdadeiramente ao seu futuro.
Da mesma forma, quando alunos de diferentes idades têm a oportunidade de interagir compartilhando suas percepções sobre um assunto, mesmo que com diferentes níveis de complexidade, o sentimento de grupo e colaboratividade, neste caso, são fortalecidos.
Pensar nessas diferentes práticas pedagógicas adaptadas ao currículo e calendário tradicional, bem como aos resultados ainda engessados que se esperam das escolas pode parecer utópico. Mas como sabiamente disse Eduardo Galeano, a utopia serve para que não deixemos de caminhar. E lá fomos nós. Não poderíamos compartilhar qualquer informação sobre isso se não estivéssemos de fato engajados com a mudança, e estamos. Este ano, durante o Guroo Transforma, evento anual com o objetivo de colocar em prática novas ideias que surgem pela reflexão coletiva em nossa escola, aplicamos formas diferentes de interagir com os conteúdos e despertamos em nossos professores a verdadeira essência Guroo.
Entendendo que, independente da idade, todos temos algo a ensinar e a aprender, incentivamos e criamos oportunidades para que alunos das séries iniciais compartilhassem conhecimento com turmas do Terceirão, por exemplo. Na prática, isso gerou sensibilidade e empatia entre crianças e jovens de todas as faixas etárias. No saldo final, quem mais aprendeu com todo o processo? É claro que foi a escola. Ela aprende, é aperfeiçoada, acumula ainda mais vivência e utiliza tudo isso como combustível para continuar sendo um espaço que instiga os alunos a serem a melhor e mais autêntica versão de si mesmos.
Autora: Lisiê Nolasco de Souza
Colaboração e Revisão: Katiany Pinho e Esther Oliveira
Artigo publicado no Jornal ND (Florianópolis/SC - 2016)




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